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O que é UX Writing e tudo o que você precisa saber para criar experiências incríveis

11 minutos

O que é UX Writing e como impacta positivamente o produto de um negócio? Veja boas práticas, responsabilidades, metodologias, e muito mais!

UX Writing envolve a criação de conteúdo valioso em interfaces e produtos digitais, incluindo textos, baseando-se na experiência do usuário, ou seja, visando entregar a melhor experiência para o público.

Esta prática está relacionada a conceitos de marketing, design e arquitetura da informação, e tem como objetivo encantar e oferecer valor por meio de peças informativas.

Um exemplo de UX Writing é quando você acessa alguma plataforma de ensino online, ou algum aplicativo que, assim que você faz o seu login, já demonstra com um tutorial objetivo cada passo que o usuário deve dar.

Abaixo, um exemplo do aplicativo ProJuris ADV da Softplan, que mostra uma interface clean e amigável antes do usuário decidir se vai criar uma conta no aplicativo ou efetuar login, mostrando algumas coisas que podem ser executadas na aplicação.

A experiência do usuário tem se tornado cada vez mais importante para a atração, conversão e retenção de clientes. Aspectos como a agilidade de navegação do seu site, a escaneabilidade e a maneira intuitiva de navegar, e, até mesmo as cores escolhidas para o design das páginas afetam diretamente as decisões dos usuários em qualquer plataforma digital.

Quando falamos de plataformas digitais com UX Writing, podemos ver como exemplo, o Gestor Obras, que, já na primeira página do sistema, mostra um tutorial prático de como ele funciona. Ao passo que você clica onde tem a indicação, ele irá mostrar os próximos passos e funções de cada parte do sistema.

Um outro exemplo de UX Writing, que passa informações diretas e objetivas, é no Sienge, mostrando em uma imagem algumas vantagens de utilizar o sistema, além de uma comunicação direta no CTA “Peça uma Demonstração”, fugindo do comum “Saiba Mais” e chamando para uma ação bem objetiva.

Por isso, se a sua empresa ainda não otimiza constantemente seus canais de comunicação com o usuário, principalmente seu website, chegou a hora de revisar algumas escolhas.

Afinal, o usuário é quem utiliza seu produto ou serviço. Para isso, não apenas o design do site é crucial na hora da otimização, mas também o atendimento e a  comunicação clara e objetiva nos canais da marca serão essenciais para criar mais conexão com seus consumidores.

Para se ter uma ideia da experiência do usuário e como ela é agregadora, este ano foi realizada uma pesquisa pela Foundever, que revelou que 80% dos clientes consideram a experiência como um aspecto muito mais valioso do que os próprios produtos e serviços.

Quando executada de forma eficiente, a prática de UX Writing se torna uma vantagem competitiva significativa em um mercado cada vez mais rigoroso em termos de qualidade e usuários que exigem os melhores produtos digitais.

Quais são as principais características de UX Writing?

UX Writing consiste em algumas características importantes para que seja executado de maneira correta e consistente. É importante ter isso em mente para melhores criações que realmente irão causar impacto na experiência do usuário positivamente.

  • Clareza e Objetividade: o conteúdo deve ser claro e direto, facilitando a compreensão rápida pelo usuário.
  • Consistência: a linguagem e o tom devem ser uniformes em todos os pontos de contato com o usuário, criando uma experiência coesa.
  • Empatia: entender e antecipar as necessidades e expectativas dos usuários para criar textos que realmente os ajudem.
  • Foco na Ação: orientar os usuários sobre o que fazer a seguir, utilizando chamadas para ação (CTAs) claras.
  • Brevidade: utilizar o menor número de palavras possível sem sacrificar a clareza, respeitando o tempo e a atenção dos usuários.
  • Escaneabilidade: estruturar o texto de forma que seja fácil de ler e percorrer rapidamente, com o uso de títulos, subtítulos, listas e parágrafos curtos.
  • Acessibilidade: garantir que o conteúdo seja acessível a todos os usuários, incluindo aqueles com algum tipo de deficiência, através de uma linguagem simples e inclusiva.
  • Orientação Visual: integrar o texto de maneira harmoniosa com os elementos visuais da interface, contribuindo para uma experiência de usuário agradável e intuitiva.
  • Personalização: adaptar o conteúdo ao contexto e às preferências do usuário, oferecendo uma experiência mais relevante e personalizada.
  • Tom e Voz da Marca: refletir a personalidade e os valores da marca em todos os textos, fortalecendo a identidade e a conexão com o público.

Exemplos da aplicação de UX Writing

É fácil confundir UX Writing com outras estratégias de escrita. Por isso, vamos demonstrar como aplicar UX Writing em seu website ou aplicações digitais.

Personalização

Quer ver um exemplo de UX Writing com personalização? O Spotify é um serviço de streaming, que, ao passo que você o utiliza, personaliza músicas que acabam sendo indicadas para os usuários, com músicas parecidas que o usuário costuma ouvir.

Além disso, todo fim de ano, a plataforma entrega para cada usuário, seu resumo anual do que mais foi ouvido durante todo o período, além de quais artistas, podcasts e gêneros foram ouvidos. Tudo isso é feito com uma linguagem objetiva e clara para o usuário entender exatamente todo seu resumo, sem espaços para dúvidas.

Foto: Reprodução/Spotify

 Textos Objetivos e Claros

Agora, para um aplicativo, por exemplo, é essencial que os textos sejam bem objetivos! Assim, as taxas de erro do usuário ao utilizá-lo certamente serão muito menores, além da navegabilidade ser mais intuitiva.

Exemplo bom e ruim de um botão de ação com UX Writing aplicado. Fonte: Adobe

Se antecipe aos erros

Já falamos sobre a importância de dar ao usuário uma boa experiência, e isso inclui antecipar para ele, qualquer possibilidade de erro futuro.

No exemplo abaixo, podemos ver o preenchimento de um formulário, onde o e-mail não é preenchido corretamente e a aplicação comunica que o usuário veja a mensagem, próxima do campo preenchido com erro, do lado esquerdo.

Fonte: Adobe

Diferenças entre Copywriting, UX Writing e Tech Writing 

Embora relacionadas, as estratégias de copywriting, UX Writing e Tech Writing têm suas diferenças. Vamos ver quais são as principais dentro de algumas abordagens?

Objetivo

Copywriting: o objetivo é persuadir o leitor a tomar uma ação específica, como comprar um produto, inscrever-se em uma newsletter ou clicar em um link. Portanto, é focado em conversões e vendas.

UX Writing: facilita a interação do usuário com um produto ou serviço digital, tornando a experiência mais intuitiva, agradável e eficiente. Com UX Writing, o usuário é guiado através da interface e na conclusão de tarefas.

Tech Writing: o objetivo é explicar de maneira clara e precisa como usar produtos ou tecnologias complexas. Focado em fornecer instruções detalhadas e informativas.

Abordagem

Copywriting: utiliza técnicas de persuasão e retórica para capturar a atenção do leitor e motivá-lo a ter alguma ação. O tom é mais emocional e apelativo.

UX Writing: adota uma abordagem funcional e informativa, priorizando clareza, simplicidade e utilidade. O tom é objetivo, focado em orientar e ajudar o usuário.

Tech Writing: foca em detalhamento e precisão, proporcionando instruções passo a passo e explicações técnicas. O tom é técnico e informativo, com linguagem clara e objetiva.

Local de Aplicação

Copywriting: encontrado em materiais de marketing como anúncios, e-mails promocionais, páginas de vendas, posts de blog e conteúdo para redes sociais.

UX Writing: presente em interfaces digitais, como aplicativos, sites, e-commerce, dashboards, e qualquer ponto de interação do usuário com o sistema. Exemplos incluem botões, mensagens de erro, instruções e menus de navegação.

Tech Writing: aparece em manuais de usuário, guias de instalação, documentação de software, FAQs, tutoriais e bases de conhecimento.

Métricas de Sucesso

Copywriting: medido por métricas de conversão, como taxa de cliques (CTR), taxa de conversão, volume de vendas e retorno sobre investimento (ROI).

UX Writing: medido pela usabilidade e satisfação do usuário, como taxas de erro reduzidas, tempo de conclusão de tarefas, retenção de usuários e feedback positivo sobre a experiência do usuário.

Tech Writing: medido pela clareza e eficácia da documentação, como número de tickets de suporte, feedback dos usuários, tempo para encontrar informações e facilidade de uso da documentação.

Colaboração

Copywriting: colabora com equipes de marketing, vendas e branding.

UX Writing: trabalha com designers de UX/UI, desenvolvedores, pesquisadores de experiência do usuário e gerentes de produto para integrar a escrita ao design e à funcionalidade do produto.

Tech Writing: colabora com engenheiros, desenvolvedores, gerentes de produto e equipes de suporte para garantir que a documentação seja precisa e útil.

Por fim, enquanto o copywriting busca persuadir e converter, o UX writing visa facilitar e orientar, e o tech writing se concentra em explicar e instruir.

Cada estratégia utiliza a escrita como ferramenta principal, mas com focos e aplicações diferentes, mas que se complementam em algum momento da jornada do usuário.

Como aplicar UX Writing em Produto para agregar valor?

Agora que você já entende o que é UX Writing, já pode entender como aplicar a estratégia. Nesse caso, quando falamos de UX Writing e Produto, esses termos devem andar lado a lado na criação e otimização constante de um produto.

Aqui inclusive podemos falar sobre o “Product Writer”, profissional totalmente focado em atuar em Produto que busca melhorias, pesquisando e entendendo o ponto de vista dos usuários sobre um determinado produto e definem soluções de escrita.

Então, devemos entender como UX Writing agrega valor a produtos digitais de diversas maneiras, contribuindo significativamente para a experiência do usuário e, consequentemente, para o sucesso do produto. Vamos ver algumas práticas que podem ser executadas em produtos digitais?

1. Clareza nas Mensagens de Erro e Sucesso

Mensagens de Erro: devem ser claras e específicas, informando ao usuário o que deu errado e como corrigir o problema. Por exemplo, “A senha deve ter pelo menos 8 caracteres” é mais útil do que “Erro na senha”.

Mensagens de Sucesso: confirmações claras que informam ao usuário que a ação foi concluída com sucesso. Por exemplo, “Sua compra foi realizada com sucesso!”.

2. Instruções e Guias de Uso

Onboarding: fornecer tutoriais e guias passo a passo para novos usuários, ajudando-os a se familiarizar com o produto.

Tooltips e Pop-ups: instruções contextuais que aparecem no momento certo para orientar o usuário sem interromper sua experiência.

3. Chamadas para Ação (CTAs) Eficientes

Botões e Links: usar verbos de ação claros e diretos, como “Compre Agora”, “Inscreva-se” ou “Saiba Mais”. Evitar termos vagos como “Clique Aqui”.

Hierarquia Visual: garantir que os CTAs sejam visualmente destacados para guiar a atenção do usuário.

4. Melhoria na Navegação

Menus e Labels: usar terminologia familiar e intuitiva nos menus e rótulos. Por exemplo, “Conta” em vez de “Perfil do Usuário”.

Breadcrumbs: implementar breadcrumbs para ajudar os usuários a entenderem onde estão na navegação do site e como voltar a páginas anteriores.

5. Microcopy

Formulários: fornecer instruções claras e concisas para cada campo de entrada. Exemplos: “Digite seu e-mail” ao invés de apenas “E-mail”.

Feedback Imediato: oferecer feedback instantâneo ao preencher formulários, como marcar campos corretos com um sinal verde.

6. Ajustes para Acessibilidade

Texto Alternativo (Alt Text): adicionar descrições úteis em imagens, gráficos e ícones para melhorar a acessibilidade.

Linguagem Simples: evitar jargões e termos técnicos complexos, tornando o conteúdo acessível a todos os usuários, incluindo aqueles com deficiências cognitivas.

7. Consistência no Tom de Voz

Manual de Estilo: desenvolver e aderir a um manual de estilo que define a voz e o tom da marca, garantindo uma comunicação consistente em todas as plataformas.

Revisão Regular: revisar e atualizar regularmente os conteúdos para manter a consistência e a relevância.

8. Conteúdo Educativo

FAQs e Documentação: criar e manter seções de perguntas frequentes e documentação de ajuda que sejam claras, detalhadas e fáceis de navegar.

Vídeos Tutoriais e Dicas: integrar vídeos e dicas rápidas que ajudem os usuários a entenderem e utilizar melhor as funcionalidades de um produto.

9. Testes e Interações

Testes A/B: realizar testes A/B para avaliar a eficácia de diferentes versões de microcopy, CTAs e mensagens de erro.

Feedback do Usuário: coletar e analisar feedback dos usuários para identificar áreas de melhoria e ajustar o conteúdo conforme necessário.

Conclusão

Perceba como muitas ações podem ser bem simples e que irão ajudar muito um produto a entregar uma boa experiência do usuário, com mais eficiência e satisfação.

O seu produto pode acabar criando mais conexão com seus usuários, estimulando a fidelização e, assim, criando uma rede de consumidores que organicamente irão evangelizar sobre o seu produto e como ele vale a pena.

Por fim, não perca tempo. Investir em Experiência do Usuário irá render melhorias para seu produto ou serviço e tornará a sua empresa mais acessível e em destaque no mercado.

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