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ESG e Tech: Tudo a ver!

8 minutos

O que é ESG

ESG é um acrônimo que aglutina ações, práticas e frentes de trabalho relacionadas à temática de Meio ambiente (E de Environment), Social e Governança. Essa tríade constitui um conjunto de práticas e princípios corporativos já inescapáveis como direcionador de investimentos, reputação e share of mind and hearts. A correlação positiva entre o desempenho em ESG (quando executado de forma estratégica, holística e genuína) e um resultado superior tanto em termos financeiros quanto de reputação já foi comprovada. Esses papers da Harvard Business Review e do Center for Sustainable Business da NYU explicam em detalhes essa correlação. E esse vídeo da consultoria KPMG explica de forma mais sucinta o que é ESG. Quem quiser fazer um cursinho rápido pra mergulhar um pouco mais profundo, recomendo esse aqui da consultoria, e parceira da Softplan, Deep ESG. 

No último ano a Softplan começou a mergulhar fundo nesse assunto. O mapeamento de relevância de impactos da companhia em seus clientes (o mais importante stakeholder da empresa ao lado de colaboradores) é uma entre as múltiplas iniciativas de um programa de ESG.

Em uma empresa como a Softplan, em que nos consideramos "especialistas em traduzir conhecimento e tecnologia em soluções que simplificam e impactam diariamente a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo”, permear esse conhecimento na área desenvolvimento (aqui considerando produto, design, engenharia e arquitetura de software) possa talvez ser a estratégia mais efetiva para fazer valer essa afirmação.

Concluímos recentemente esse trabalho de mapeamento para as soluções que atendem clientes do Setor Público, seguindo essa norma bem rigorosa do Global Reporting Initiative

Impactos, fatos e como ESG e Tech se combinam 

Falando sobre Segurança da Informação, nosso "mestre Jedi" Alexandre Golin elencou, em 2009, os 4 princípios do SAJ Tribunais à época: Integridade, Autenticidade, Não-repúdio e Irretroatividade (arrisco a dizer que tem um quinto princípio oculto que é a inviolabilidade). De lá pra cá muitos conceitos, práticas e exigências foram aperfeiçoadas, inclusive aqui na Softplan. Atualmente, temos muito orgulho em afirmar que esses quatro (ou cinco) princípios são norteadores de todas as soluções da companhia.

Pois bem, Segurança da Informação, em uma dobradinha com Privacidade de Dados, foi considerado um impacto relevante pelos clientes de todas as soluções para setor público. Na dúvida sobre atualizar determinado componente da aplicação? Saiu um monte de curso gratuito de Devops e não sabe qual fazer? Questões relacionadas à segurança da informação e privacidade de dados serão sempre um porto seguro. 

Não vamos esquecer do ‘E’ de Environment, que também tem tudo a ver com Produto, Design, Desenvolvimento e Arquitetura. Redução de emissão de carbono é um impacto relevante em praticamente todas as soluções. Uma coisa que une todas as soluções da Softplan é a digitalização de processos e redução do uso de papel. Por exemplo, o lema da 1Doc é "Vamos tirar do papel?". O saldo em emissões de CO₂ da substituição do papel, além de tudo que não é emitido pelo papel não ser produzido, transportado, armazenado e descartado, por processos digitais e suas emissões decorrentes do consumo de energia dos datacenters e infraestruturas costuma ser positivo em mais de 75%.

Mas e se eu disser pra vocês que em 2022 o conjunto dos 92 tribunais do Brasil imprimiu mais de 500 milhões de folhas de papel? Esses dados são dos Tribunais como um todo, que não são necessariamente da área judicial. Dá uma pena danada, né? Mas, por que será que eles ainda imprimem tanto papel se mais de 90% de seu acervo é digital? Será que é só porque é mais cômodo? Provavelmente não. Nossos designers têm investido bastante para trazer maior ergonomia e conforto às nossas telas, para minimizar a necessidade de impressão.

Esse assunto oferece um roadmap gigante de épicos e stories e discoveries. E as métricas de resultado estão aqui na nossa cara. Cada vez mais órgãos públicos possuem programas de logística sustentável onde o consumo de papel é aferido. E pra quem gosta de economia comportamental, fica a dica de inserir aquele nudge esperto no rodapé de cada página: “A não impressão desse papel evitou o desmatamento de N árvores”. 

Ainda dentro do ‘E’, Devops/DBAs que fazem a gestão de dados na nuvem, vocês sabiam que os consoles da AWS permitem a adoção de critérios de sustentabilidade? Dá pra selecionar regiões mais eficientes (máquinas mais performáticas e novas, fonte de energia renovável), implementar “design que garanta alta utilização e maximização de eficiência de energia do hardware subjacente” e usar serviços gerenciados. Para quem não conhece, é um mundo novo e, na maioria das vezes, a sustentabilidade vai gerar economia financeira e eficiência operacional. 

A atuação da Softplan no setor público permite que nossas soluções tenham um impacto direto em milhões de pessoas. Em 2022 os portais de acesso externo de nossas soluções tiveram um volume médio 4,3 bilhões de consultas e 3,2 milhões de novos processos/demandas por mês! Garantir uma entrega de qualidade aos clientes significa mais prosperidade, eficiência e bem-estar à sociedade, que passa a ter acesso a serviços públicos mais eficientes e de melhor qualidade. Mas, como assim? 

Vamos pensar em um Tribunal de Justiça: Como medimos a eficiência (opa, mais um Impacto, e esse talvez o mais importante, dentro do ‘S’ de Social) de um Tribunal? Nós sabemos quais são os resultados esperados de um Tribunal eficiente. E também sabemos como nossa solução contribui diretamente e indiretamente para esses resultados. Esse conhecimento, disseminado dentro dos times (reiterando, nosso modelo de atuação exige conhecimento e propriedade em todos os níveis funcionais das áreas fim), provê uma referência tanto para os clientes quanto pra gente, do que priorizar, qual o ritmo das entregas e como vamos medir se as entregas estão trazendo os resultados esperados. 

E o que importa para um Tribunal de Justiça? Ele precisa oferecer um canal para usuários externos consultarem e abrirem processos judiciais. Melhorar e ampliar o acesso da sociedade aos órgãos públicos também é um impacto mapeado. Esse canal precisa ter acesso amplo (múltiplos serviços) e ser ágil (performático e com alta disponibilidade). Perceberam que essas características, que possuem métricas muito objetivas, já oferecem os drivers necessários para o grooming?

Na parte da eficiência, mapeamos no máximo 4 indicadores por solução. Foi difícil (para nós e para os clientes), porém focar nos mais importantes ajuda a pensar na big picture. No caso de Tribunais, um dos indicadores mede variações de estoque de um ano para o seguinte, outro indicador mede a duração dos processos, outro a capacidade de atender a demanda (que é dinâmico e depende das entradas) e outro, a Meta 2 do CNJ, determina que se devem julgar primeiro os processos mais antigos. Está aqui um direcionador fantástico para estimular os times e os clientes para conceber e implementar soluções que: reduzam o estoque de processos, priorizando os mais antigos, dentro de durações de processos sustentáveis e sempre ligados no benchmarking dos Tribunais do mesmo porte. Para PMs e POs que adoram matrizes de priorização, aqui há um prato cheio para pontuar stories e tasks

Essa pegada funciona para todas as nossas soluções! Vamos pensar no Sider, que digitaliza inúmeros serviços dentro das estruturas de secretarias de infraestrutura e departamentos de estradas e rodagens. Aqui também temos o impacto do acesso de cidadãos e empresas a esses serviços. Os portais de acesso atuam como balcões virtuais de atendimento.

E como se mede o nível desse serviço? Primeiramente o serviço precisar estar disponível e ser amplo, tem que dar pra fazer tudo por lá: consultar, abrir demandas, pedir e acessar informações e documentos e pagar coisas. Em seguida, pode-se avaliar o tempo de atendimento dos principais serviços. Está aqui o driver para o desenvolvimento! Precisamos ampliar o acesso e diminuir ao máximo o tempo de atendimento. Para fazer isso, temos que estar cientes também do arcabouço regulatório dos órgãos. Atender a esse arcabouço também é um impacto relevante indicado pelos clientes. Tem que diminuir o tempo, respeitando os trâmites, procedimentos e prazos legais. 

Como a Softplan tem capilaridade nacional e expertise, aqui podemos atuar em rede, como um hub, absorvendo, alimentando, retroalimentando, transferindo e compartilhando conhecimento e boas práticas entre órgãos de todo o país. Certeza de que alguém acabou de correlacionar isso com a transformação digital. Pois bem, fomentar a transformação digital foi considerado um impacto relevante em todas as nossas soluções que atendem ao setor público. Aqui ampliamos o alcance de ESG para times residentes, de suporte, de comunicação e de relacionamento.  

Perceberam como ESG e você (colega Dev, DBA, PM, PO, UXer e afim) tem tudo a ver? Não é simples, mas também não é nada do outro mundo. 

Recapitulando: 

  1. Precisamos definir impactos e seus indicadores e métricas de forma metodologicamente rigorosa, engajar clientes e especialistas internos (e externos) de forma genuína. 
  1. Coletar e disponibilizar dados e evidências em forma de indicadores. 
  1. Usar os dados como insumo, considerando contexto e especificidades. Não subestimar o ambiente externo, pois ele é complexo e dinâmico. 
  1. Permear o conhecimento no time. Fomentar discussões e análises críticas. Focar sempre na big picture. Quais são os principais impactos e os indicadores que mexem os ponteiros? Focar neles prioritariamente. 
  1. Garantir que, ao longo do tempo, os impactos relevantes sigam relevantes e os indicadores adequados sigam adequados. Voltar para primeira opção. 

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