A Evolução Digital no Setor Público: Gestão de Produtos B2G
Abril 16, 2025

A Evolução Digital no Setor Público: Gestão de Produtos B2G

Nos últimos anos, o setor público tem ampliado seus serviços digitais para os cidadãos. A pandemia de 2020 acelerou essa tendência, impulsionando a modernização de órgãos como Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Defensorias. Essa transformação visa melhorar a eficiência dos serviços públicos e facilitar o acesso da população. Historicamente, as áreas de Tecnologia da Informação desses órgãos adotaram modelos de gestão de projetos que priorizam a entrega de escopos definidos, com prazos e equipes limitadas às demandas específicas. Contudo, a necessidade crescente de agilidade tem impulsionado a transição para a gestão de produtos. Nesse contexto, o conceito de Business-to-Government (B2G) ganha relevância, destacando a importância da gestão de produtos na oferta de soluções inovadoras para o governo. Como Product Manager atuando em produtos B2G, meu foco é entregar soluções alinhadas às necessidades dos usuários finais. Diferente do setor B2B, onde há um funil de vendas estruturado, a gestão de produtos no setor público exige a adoção de métricas e ferramentas adaptadas a esse ecossistema. Dia a dia de Products Managers no setor público As interações com os clientes iniciam-se após a assinatura do contrato, quando o primeiro contato ocorre com o grupo gestor, formado por servidores responsáveis pela implantação do produto. A partir desse ponto, são obtidos insights sobre as necessidades dos usuários finais, permitindo um entendimento inicial do fluxo de trabalho. Para priorizar o backlog, utilizamos a matriz RICE (Reach, Impact, Confidence, Effort), garantindo que as decisões considerem tanto as exigências contratuais quanto as necessidades dos usuários. Essa priorização ocorre de forma contínua, acompanhando a evolução do produto e dos contratos estabelecidos. No ciclo de desenvolvimento, aplicamos técnicas de experimentação, prototipação e testes de usabilidade com grupos pilotos. Coletamos dados quantitativos e qualitativos para medir a adesão e definir melhorias nas funcionalidades do produto. Exemplo de matriz RICE Com estas premissas em mente, aplicamos aos usuários piloto por exemplo, técnicas de experimentação, prototipação, condução de testes de usabilidade para novas funcionalidades. Também realizamos coletas constantes de dados quantitativos e qualitativos da jornada utilizada por eles, conforme aumenta a adesão. A partir das métricas coletadas, podemos definir se as funcionalidades principais ou acessórias da jornada do nosso usuário precisam ser evoluídas. Exemplo de insights quantitativos com informações da jornada do usuário na organização de tarefas utilizando a ferramenta MixPanel Exemplo de uso da ferramenta INDECX para informações qualitativas a respeito do produto ou funcionalidade Tríade de produto entregando resultados eficientes A gestão de produtos no setor público exige uma abordagem colaborativa, integrando time técnico, equipe de experiência do usuário e cliente. Essa interação contínua fortalece o alinhamento estratégico e a clareza sobre a evolução do produto. O roadmap do produto é compartilhado com o cliente para garantir transparência e previsibilidade nas entregas. Tríade de produto O Grupo Softplan se consolidou como referência na transformação digital do setor público, gerando impactos positivos para os cidadãos. Soluções como o Sistema de Automatização da Justiça (SAJ) proporcionam eficiência e celeridade nos serviços públicos. Como Product Manager na Softplan, contribuo para a gestão de produtos voltados ao setor público. Um exemplo é o SAJ Defensorias, cujo painel de tarefas foi desenvolvido após estudo de negócios e análise técnica baseada na tríade de produtos. Esse painel centraliza atividades diárias, priorizando tarefas a serem executadas imediatamente e organizando as finalizadas para referência futura. Solução SAJ Softplan Nosso objetivo é oferecer produtos intuitivos e eficientes, que atendam às demandas cotidianas dos defensores públicos e contribuam para a melhoria da prestação de serviços à sociedade. Painel de tarefas do Defensor no SAJ Defensorias As iniciativas digitais no setor público têm grande potencial de crescimento, impulsionadas pela cultura de produtos. A transformação digital é irreversível e continuará evoluindo para atender às expectativas da sociedade por serviços mais ágeis, eficientes e transparentes.

Exaustão do ThreadPool do .Net
Março 25, 2025

Exaustão do ThreadPool do .Net

Mais de uma vez em minha carreira me deparei com este cenário: a aplicação .Net frequentemente mostrando tempos de resposta elevados. Esta alta latência pode ter várias causas, como lentidão no acesso a algum recurso externo (um banco de dados ou uma API, por exemplo), uso de CPU “batendo” em 100%, sobrecarga de acesso a disco, entre outras. Quero adicionar à lista anterior outra possibilidade, muitas vezes pouco considerada: exaustão do ThreadPool. Será apresentado de forma bem rápida como o ThreadPool do .Net funciona, e exemplos de códigos onde isto pode acontecer. Por fim, será demonstrado como evitar este problema. O ThreadPool do .Net O modelo de programação assíncrona baseado em Tasks (Task-based asynchronous programming) do .Net é bastante conhecido pela comunidade de desenvolvimento, mas acredito que seja pouco compreendido em seus detalhes de implementação - e é nos detalhes onde mora o perigo, como bem diz o ditado. Por trás do mecanismo de execução de Tasks do .Net existe um Scheduler, responsável, como seu nome já indica, por escalonar a execução das Tasks. Salvo alguma mudança explícita, o scheduler padrão do .Net é o ThreadPoolTaskScheduler, que também como o nome indica, utiliza o ThreadPool padrão do .Net para realizar seu trabalho. O ThreadPool gerencia então, como já se esperava, um pool de threads, para as quais ele atribui as Tasks que recebe usando uma fila. É nesta fila onde as Tasks ficam armazenadas até que haja um thread livre no pool, para então iniciar seu processamento. Por padrão, o número mínimo de threads do pool é igual ao número de processadores lógicos do host. E aqui está o detalhe em seu funcionamento: quando existem mais Tasks a serem executadas do que o número de threads do pool, o ThreadPool pode esperar uma thread ficar livre ou criar mais threads. Se escolher criar uma nova thread e se o número atual de threads do pool for igual ou maior que o número mínimo configurado, este crescimento demora entre 1 e 2 segundos para cada nova thread adicionada ao pool. Observação: a partir do .Net 6 foram introduzidas melhorias neste processo, permitindo que haja um aumento mais rápido no número de threads do ThreadPool, mas ainda assim a ideia principal se mantém. Vamos a um exemplo para deixar mais claro: suponha um computador com 4 cores. O valor mínimo do ThreadPool será 4. Se todas as Tasks que chegarem processarem rapidamente seu trabalho, o pool poderá inclusive ter menos do que o mínimo de 4 threads ativas. Agora, imagine que 4 Tasks de duração um pouco mais longa chegaram simultaneamente, utilizando então todas as threads do pool. Quando a próxima Task chegar à fila, ele precisará esperar entre 1 e 2 segundos, até que uma nova thread seja adicionada ao pool, para então sair da fila e começar a processar. Se esta nova Task também tiver uma duração mais longa, as próximas Tasks esperarão novamente na fila e precisarão “pagar o pedágio” de 1 a 2 segundos antes de poderem começar a executar. Se esse comportamento de novas Tasks de longa duração se mantiver por algum tempo, a sensação para os clientes deste processo será de lentidão, para qualquer nova tarefa que chegar à fila do ThreadPool. Este cenário é chamado de exaustão do ThreadPool (ThreadPool exhaustion ou ThreadPool starvation). Isso ocorrerá até que as Tasks finalizem seu trabalho e comecem a retornar as threads ao pool, possibilitando a redução da fila de Tasks pendentes, ou que o pool consiga crescer suficientemente para atender à demanda atual. Isso pode demorar vários segundos, dependendo da carga, e só então a lentidão observada anteriormente deixará de existir. Código síncrono x assíncrono É preciso agora fazer uma distinção importante sobre tipos de trabalho de longa duração. Geralmente eles podem ser classificados em 2 tipos: limitados pela CPU/GPU (CPU-bound ou GPU-bound), como a execução de cálculos complexos, ou limitados por operações de entrada/saída (I/O-bound), como o acesso a bancos de dados ou chamadas à rede. No caso de tarefas CPU-bound, salvo otimizações de algoritmos, não há muito o que fazer: é preciso ter processadores em quantidade suficiente para atender à demanda. Mas, no caso de tarefas I/O-bound, é possível liberar o processador para responder a outras requisições enquanto se espera a finalização da operação de I/O. E é exatamente isso que o ThreadPool faz quando APIs assíncronas de I/O são usadas. Neste caso, mesmo que a tarefa específica ainda seja demorada, a thread será retornada para o pool e poderá atender a uma outra Task da fila. Quando a operação de I/O finalizar, a Task será enfileirada novamente para então continuar a executar. Para saber mais detalhes sobre como o ThreadPool aguarda o fim de operações de I/O, clique aqui. Entretanto, é importante observar que ainda existem APIs síncronas de I/O, que causam o bloqueio da thread e impedem sua liberação para o pool. Estas APIs - e qualquer outro tipo de chamada que bloqueie uma thread antes de retornar a execução - comprometem o bom funcionamento do ThreadPool, podendo causar sua exaustão quando submetidos a cargas suficientemente grandes e/ou longas. Podemos dizer então que o ThreadPool – e por extensão o ASP.NET Core/Kestrel, desenhados para operar assincronamente – é otimizado para execução de tarefas de baixa complexidade computacional, com cargas I/O bound assíncronas. Neste cenário, um pequeno número de threads é capaz de processar um número bastante elevado de tasks/requisições de maneira eficiente. Bloqueio de threads com ASP.NET Core Vamos ver alguns exemplos de código que causam o bloqueio de threads do pool, usando ASP.NET Core 8. Observação: estes códigos são exemplos simples, que não visam representar nenhuma prática, recomendação ou estilo em especial, exceto os pontos relacionados à demonstração do ThreadPool especificamente. Para manter o comportamento idêntico entre os exemplos, será usado uma requisição a banco de dados SQL Server que simulará uma carga de trabalho que demora 1 segundo para retornar, usando a sentença WAITFOR DELAY. Para gerar uma carga de utilização e demonstrar os efeitos práticos de cada exemplo, utilizaremos o siege, um utilitário de linha de comando gratuito destinado a esta finalidade. Em todos os exemplos será simulada uma carga de 120 acessos concorrentes durante 1 minuto, com um atraso aleatório de até 200 milissegundos entre as requisições. Estes números são suficientes para demonstrar os efeitos sobre o ThreadPool sem gerar timeouts no acesso ao banco de dados. Versão Síncrona Vamos começar com uma implementação completamente síncrona: A action DbCall é síncrona, e o método ExecuteNonQuery do DbCommand/SqlCommand é síncrono, portanto, bloqueará a thread até que haja o retorno do banco de dados. Abaixo está o resultado da simulação da carga (com o comando siege utilizado). Vejam que conseguimos uma taxa de 27 requisições por segundo (Transaction rate), e um tempo de resposta médio (Response time) de cerca de 4 segundos, com a requisição mais longa (Longest transaction) durando mais de 16 segundos – um desempenho bastante precário. Versão Assíncrona – Tentativa 1 Vamos agora utilizar uma action assíncrona (retornando Task<string>), mas ainda utilizar o método síncrono ExecuteNonQuery. Executando o mesmo cenário de carga anterior, temos o seguinte resultado. Vejam que o resultado foi ainda pior neste caso, com taxa de requisições de 14 por segundo (contra 27 da versão completamente síncrona) e tempo médio de resposta de mais de 7 segundos (contra 4 da anterior). Versão Assíncrona – Tentativa 2 Nesta próxima versão, temos uma implementação que exemplifica uma tentativa comum – e não recomendada – de transformar uma chamada de I/O síncrona (no nosso caso, o ExecuteNonQuery ) em uma “API assíncrona”, usando Task.Run. O resultado, após a simulação, mostra que o resultado é próximo da versão síncrona: taxa de requisições de 24 por segundo, tempo médio de resposta de mais de 4 segundos e requisição mais longa levando mais de 14 segundos para retornar. Versão Assíncrona – Tentativa 3 Agora a variação conhecida como “sync over async”, onde utilizamos métodos assíncronos, como o ExecuteNonQueryAsync deste exemplo, mas é chamado o método .Wait() da Task retornada pelo método, como mostrado abaixo. Tanto o .Wait() quanto a propriedade .Result de uma Task tem o mesmo comportamento: causam o bloqueio da thread em execução! Executando nossa simulação, podemos ver abaixo como o resultado também é ruim, com taxa de 32 requisições por segundo, tempo médio de mais de 3 segundos, com requisições chegando a levar 25 segundos para retornar. Não à toa, o uso de .Wait() ou .Result em uma Task é desaconselhado em código assíncrono. Solução do problema Finalmente, vamos ao código criado para funcionar da forma mais eficiente, através do de APIs assíncronas e aplicando async / await corretamente, seguindo recomendação da Microsoft. Temos então a action assíncrona, com a chamada ExecuteNonQueryAsync com await. O resultado da simulação fala por si só: taxa de requisições de 88 por segundo, tempo médio de resposta de 1,23 segundos e requisição levando no máximo 3 segundos para retornar - números em geral 3 vezes melhores que qualquer opção anterior. A tabela abaixo sumariza os resultados das diferentes versões, para uma melhor comparação dos dados entre elas. Versão do códigoTaxa de requisições ( /s)Tempo médio (s)Tempo máximo (s)Síncrona27,384,1416,93Assíncrona 114,337,9414,03Assíncrona 224,904,5714,80Assíncrona 332,433,5225,03Solução88,911,233,18 Solução paliativa Vale mencionar que podemos configurar o ThreadPool para ter um número mínimo de threads maior do que o padrão (o número de processadores lógicos). Com isto, ele conseguirá rapidamente aumentar o número de threads sem pagar aquele “pedágio” de 1 ou 2 segundos. Existem pelo menos 3 formas para se fazer isto: por configuração dinâmica, usando o arquivo runtimeconfig.json, por configuração do projeto, ajustando a propriedade ThreadPoolMinThreads, ou por código, chamando o método ThreadPool.SetMinThreads. Isto deve ser encarado como uma medida temporária, enquanto não se faz os devidos ajustes em código como mostrado anteriormente, ou após os devidos testes prévios para confirmar que traz benefícios sem efeitos colaterais de desempenho, conforme recomendação pela Microsoft. Conclusão A exaustão do ThreadPool é um detalhe de implementação que pode trazer consequências inesperadas. E que podem ser difíceis de detectar se considerarmos que .Net possui várias maneiras de obter o mesmo resultado, mesmo em suas APIs mais conhecidas – acredito que motivado por anos de evoluções na linguagem e do ASP.NET, sempre visando compatibilidade retroativa. Quando falamos de funcionamento em taxas ou volumes crescentes, como ao passar de dezenas para centenas de requisições, é essencial conhecer as práticas e recomendações mais recentes. Além disso, conhecer um ou outro detalhe de implementação pode ser um diferencial para se evitar problemas de escala ou diagnosticá-los mais rapidamente. Fique de olho nas próximas publicações do Proud Tech Writers. Em um próximo artigo, vamos explorar como diagnosticar a exaustão do ThreadPool e identificar a origem do problema em código a partir de um processo em execução.

O que é UX Writing e tudo o que você precisa saber para criar experiências incríveis
Fevereiro 11, 2025

O que é UX Writing e tudo o que você precisa saber para criar experiências incríveis

O que é UX Writing e como impacta positivamente o produto de um negócio? Veja boas práticas, responsabilidades, metodologias, e muito mais! UX Writing envolve a criação de conteúdo valioso em interfaces e produtos digitais, incluindo textos, baseando-se na experiência do usuário, ou seja, visando entregar a melhor experiência para o público. Esta prática está relacionada a conceitos de marketing, design e arquitetura da informação, e tem como objetivo encantar e oferecer valor por meio de peças informativas. Um exemplo de UX Writing é quando você acessa alguma plataforma de ensino online, ou algum aplicativo que, assim que você faz o seu login, já demonstra com um tutorial objetivo cada passo que o usuário deve dar. Abaixo, um exemplo do aplicativo ProJuris ADV da Softplan, que mostra uma interface clean e amigável antes do usuário decidir se vai criar uma conta no aplicativo ou efetuar login, mostrando algumas coisas que podem ser executadas na aplicação. A experiência do usuário tem se tornado cada vez mais importante para a atração, conversão e retenção de clientes. Aspectos como a agilidade de navegação do seu site, a escaneabilidade e a maneira intuitiva de navegar, e, até mesmo as cores escolhidas para o design das páginas afetam diretamente as decisões dos usuários em qualquer plataforma digital. Quando falamos de plataformas digitais com UX Writing, podemos ver como exemplo, o Gestor Obras, que, já na primeira página do sistema, mostra um tutorial prático de como ele funciona. Ao passo que você clica onde tem a indicação, ele irá mostrar os próximos passos e funções de cada parte do sistema. Um outro exemplo de UX Writing, que passa informações diretas e objetivas, é no Sienge, mostrando em uma imagem algumas vantagens de utilizar o sistema, além de uma comunicação direta no CTA “Peça uma Demonstração”, fugindo do comum “Saiba Mais” e chamando para uma ação bem objetiva. Por isso, se a sua empresa ainda não otimiza constantemente seus canais de comunicação com o usuário, principalmente seu website, chegou a hora de revisar algumas escolhas. Afinal, o usuário é quem utiliza seu produto ou serviço. Para isso, não apenas o design do site é crucial na hora da otimização, mas também o atendimento e a  comunicação clara e objetiva nos canais da marca serão essenciais para criar mais conexão com seus consumidores. Para se ter uma ideia da experiência do usuário e como ela é agregadora, este ano foi realizada uma pesquisa pela Foundever, que revelou que 80% dos clientes consideram a experiência como um aspecto muito mais valioso do que os próprios produtos e serviços. Quando executada de forma eficiente, a prática de UX Writing se torna uma vantagem competitiva significativa em um mercado cada vez mais rigoroso em termos de qualidade e usuários que exigem os melhores produtos digitais. Quais são as principais características de UX Writing? UX Writing consiste em algumas características importantes para que seja executado de maneira correta e consistente. É importante ter isso em mente para melhores criações que realmente irão causar impacto na experiência do usuário positivamente. Clareza e Objetividade: o conteúdo deve ser claro e direto, facilitando a compreensão rápida pelo usuário. Consistência: a linguagem e o tom devem ser uniformes em todos os pontos de contato com o usuário, criando uma experiência coesa. Empatia: entender e antecipar as necessidades e expectativas dos usuários para criar textos que realmente os ajudem. Foco na Ação: orientar os usuários sobre o que fazer a seguir, utilizando chamadas para ação (CTAs) claras. Brevidade: utilizar o menor número de palavras possível sem sacrificar a clareza, respeitando o tempo e a atenção dos usuários. Escaneabilidade: estruturar o texto de forma que seja fácil de ler e percorrer rapidamente, com o uso de títulos, subtítulos, listas e parágrafos curtos. Acessibilidade: garantir que o conteúdo seja acessível a todos os usuários, incluindo aqueles com algum tipo de deficiência, através de uma linguagem simples e inclusiva. Orientação Visual: integrar o texto de maneira harmoniosa com os elementos visuais da interface, contribuindo para uma experiência de usuário agradável e intuitiva. Personalização: adaptar o conteúdo ao contexto e às preferências do usuário, oferecendo uma experiência mais relevante e personalizada. Tom e Voz da Marca: refletir a personalidade e os valores da marca em todos os textos, fortalecendo a identidade e a conexão com o público. Exemplos da aplicação de UX Writing É fácil confundir UX Writing com outras estratégias de escrita. Por isso, vamos demonstrar como aplicar UX Writing em seu website ou aplicações digitais. Personalização Quer ver um exemplo de UX Writing com personalização? O Spotify é um serviço de streaming, que, ao passo que você o utiliza, personaliza músicas que acabam sendo indicadas para os usuários, com músicas parecidas que o usuário costuma ouvir. Além disso, todo fim de ano, a plataforma entrega para cada usuário, seu resumo anual do que mais foi ouvido durante todo o período, além de quais artistas, podcasts e gêneros foram ouvidos. Tudo isso é feito com uma linguagem objetiva e clara para o usuário entender exatamente todo seu resumo, sem espaços para dúvidas. Foto: Reprodução/Spotify  Textos Objetivos e Claros Agora, para um aplicativo, por exemplo, é essencial que os textos sejam bem objetivos! Assim, as taxas de erro do usuário ao utilizá-lo certamente serão muito menores, além da navegabilidade ser mais intuitiva. Exemplo bom e ruim de um botão de ação com UX Writing aplicado. Fonte: Adobe Se antecipe aos erros Já falamos sobre a importância de dar ao usuário uma boa experiência, e isso inclui antecipar para ele, qualquer possibilidade de erro futuro. No exemplo abaixo, podemos ver o preenchimento de um formulário, onde o e-mail não é preenchido corretamente e a aplicação comunica que o usuário veja a mensagem, próxima do campo preenchido com erro, do lado esquerdo. Fonte: Adobe Diferenças entre Copywriting, UX Writing e Tech Writing  Embora relacionadas, as estratégias de copywriting, UX Writing e Tech Writing têm suas diferenças. Vamos ver quais são as principais dentro de algumas abordagens? Objetivo Copywriting: o objetivo é persuadir o leitor a tomar uma ação específica, como comprar um produto, inscrever-se em uma newsletter ou clicar em um link. Portanto, é focado em conversões e vendas. UX Writing: facilita a interação do usuário com um produto ou serviço digital, tornando a experiência mais intuitiva, agradável e eficiente. Com UX Writing, o usuário é guiado através da interface e na conclusão de tarefas. Tech Writing: o objetivo é explicar de maneira clara e precisa como usar produtos ou tecnologias complexas. Focado em fornecer instruções detalhadas e informativas. Abordagem Copywriting: utiliza técnicas de persuasão e retórica para capturar a atenção do leitor e motivá-lo a ter alguma ação. O tom é mais emocional e apelativo. UX Writing: adota uma abordagem funcional e informativa, priorizando clareza, simplicidade e utilidade. O tom é objetivo, focado em orientar e ajudar o usuário. Tech Writing: foca em detalhamento e precisão, proporcionando instruções passo a passo e explicações técnicas. O tom é técnico e informativo, com linguagem clara e objetiva. Local de Aplicação Copywriting: encontrado em materiais de marketing como anúncios, e-mails promocionais, páginas de vendas, posts de blog e conteúdo para redes sociais. UX Writing: presente em interfaces digitais, como aplicativos, sites, e-commerce, dashboards, e qualquer ponto de interação do usuário com o sistema. Exemplos incluem botões, mensagens de erro, instruções e menus de navegação. Tech Writing: aparece em manuais de usuário, guias de instalação, documentação de software, FAQs, tutoriais e bases de conhecimento. Métricas de Sucesso Copywriting: medido por métricas de conversão, como taxa de cliques (CTR), taxa de conversão, volume de vendas e retorno sobre investimento (ROI). UX Writing: medido pela usabilidade e satisfação do usuário, como taxas de erro reduzidas, tempo de conclusão de tarefas, retenção de usuários e feedback positivo sobre a experiência do usuário. Tech Writing: medido pela clareza e eficácia da documentação, como número de tickets de suporte, feedback dos usuários, tempo para encontrar informações e facilidade de uso da documentação. Colaboração Copywriting: colabora com equipes de marketing, vendas e branding. UX Writing: trabalha com designers de UX/UI, desenvolvedores, pesquisadores de experiência do usuário e gerentes de produto para integrar a escrita ao design e à funcionalidade do produto. Tech Writing: colabora com engenheiros, desenvolvedores, gerentes de produto e equipes de suporte para garantir que a documentação seja precisa e útil. Por fim, enquanto o copywriting busca persuadir e converter, o UX writing visa facilitar e orientar, e o tech writing se concentra em explicar e instruir. Cada estratégia utiliza a escrita como ferramenta principal, mas com focos e aplicações diferentes, mas que se complementam em algum momento da jornada do usuário. Como aplicar UX Writing em Produto para agregar valor? Agora que você já entende o que é UX Writing, já pode entender como aplicar a estratégia. Nesse caso, quando falamos de UX Writing e Produto, esses termos devem andar lado a lado na criação e otimização constante de um produto. Aqui inclusive podemos falar sobre o “Product Writer”, profissional totalmente focado em atuar em Produto que busca melhorias, pesquisando e entendendo o ponto de vista dos usuários sobre um determinado produto e definem soluções de escrita. Então, devemos entender como UX Writing agrega valor a produtos digitais de diversas maneiras, contribuindo significativamente para a experiência do usuário e, consequentemente, para o sucesso do produto. Vamos ver algumas práticas que podem ser executadas em produtos digitais? 1. Clareza nas Mensagens de Erro e Sucesso Mensagens de Erro: devem ser claras e específicas, informando ao usuário o que deu errado e como corrigir o problema. Por exemplo, "A senha deve ter pelo menos 8 caracteres" é mais útil do que "Erro na senha". Mensagens de Sucesso: confirmações claras que informam ao usuário que a ação foi concluída com sucesso. Por exemplo, "Sua compra foi realizada com sucesso!". 2. Instruções e Guias de Uso Onboarding: fornecer tutoriais e guias passo a passo para novos usuários, ajudando-os a se familiarizar com o produto. Tooltips e Pop-ups: instruções contextuais que aparecem no momento certo para orientar o usuário sem interromper sua experiência. 3. Chamadas para Ação (CTAs) Eficientes Botões e Links: usar verbos de ação claros e diretos, como "Compre Agora", "Inscreva-se" ou "Saiba Mais". Evitar termos vagos como "Clique Aqui". Hierarquia Visual: garantir que os CTAs sejam visualmente destacados para guiar a atenção do usuário. 4. Melhoria na Navegação Menus e Labels: usar terminologia familiar e intuitiva nos menus e rótulos. Por exemplo, "Conta" em vez de "Perfil do Usuário". Breadcrumbs: implementar breadcrumbs para ajudar os usuários a entenderem onde estão na navegação do site e como voltar a páginas anteriores. 5. Microcopy Formulários: fornecer instruções claras e concisas para cada campo de entrada. Exemplos: "Digite seu e-mail" ao invés de apenas "E-mail". Feedback Imediato: oferecer feedback instantâneo ao preencher formulários, como marcar campos corretos com um sinal verde. 6. Ajustes para Acessibilidade Texto Alternativo (Alt Text): adicionar descrições úteis em imagens, gráficos e ícones para melhorar a acessibilidade. Linguagem Simples: evitar jargões e termos técnicos complexos, tornando o conteúdo acessível a todos os usuários, incluindo aqueles com deficiências cognitivas. 7. Consistência no Tom de Voz Manual de Estilo: desenvolver e aderir a um manual de estilo que define a voz e o tom da marca, garantindo uma comunicação consistente em todas as plataformas. Revisão Regular: revisar e atualizar regularmente os conteúdos para manter a consistência e a relevância. 8. Conteúdo Educativo FAQs e Documentação: criar e manter seções de perguntas frequentes e documentação de ajuda que sejam claras, detalhadas e fáceis de navegar. Vídeos Tutoriais e Dicas: integrar vídeos e dicas rápidas que ajudem os usuários a entenderem e utilizar melhor as funcionalidades de um produto. 9. Testes e Interações Testes A/B: realizar testes A/B para avaliar a eficácia de diferentes versões de microcopy, CTAs e mensagens de erro. Feedback do Usuário: coletar e analisar feedback dos usuários para identificar áreas de melhoria e ajustar o conteúdo conforme necessário. Conclusão Perceba como muitas ações podem ser bem simples e que irão ajudar muito um produto a entregar uma boa experiência do usuário, com mais eficiência e satisfação. O seu produto pode acabar criando mais conexão com seus usuários, estimulando a fidelização e, assim, criando uma rede de consumidores que organicamente irão evangelizar sobre o seu produto e como ele vale a pena. Por fim, não perca tempo. Investir em Experiência do Usuário irá render melhorias para seu produto ou serviço e tornará a sua empresa mais acessível e em destaque no mercado.

Grupo Softplan realiza transição estratégica com a criação de operações autônomas para Mercado Privado e Setor Público 
Dezembro 09, 2024

Grupo Softplan realiza transição estratégica com a criação de operações autônomas para Mercado Privado e Setor Público 

Mudança busca ampliar a especialização e fortalecer o foco nos clientes com lideranças dedicadas    Florianópolis, dezembro de 2024 - O Grupo Softplan, uma das maiores empresas de tecnologia SaaS e transformação digital do Brasil, anuncia uma transição estratégica em sua operação. A partir de 2025, a companhia será estruturada em duas operações autônomas, cada uma focada em atender mercados específicos de forma ainda mais especializada.  A operação dedicada ao segmento Mercado Privado reunirá as verticais Softplan Indústria da Construção, Softplan Inteligência Legal e Softplan Eficiência Operacional. Já a operação voltada ao Setor Público consolidará a atuação da Softplan no mercado de soluções tecnológicas que transformam a gestão pública no Brasil.  Com mais de 34 anos de atuação nesses segmentos, o movimento representa um marco na história do Grupo Softplan e reflete o compromisso da empresa em aprofundar sua especialização, potencializar atuações e fortalecer a proximidade com os clientes. Para Eduardo Smith, CEO do Grupo Softplan, a transição é uma oportunidade única para ampliar o impacto da companhia. "A criação dessas operações autônomas nos permite dar ainda mais foco em cada setor de atuação e, ao mesmo tempo, garantir que continuemos colocando nossos clientes no centro de nossas decisões. Esse é um passo importante na construção de um futuro ainda mais relevante para o Grupo Softplan.", destaca  As novas operações contarão com lideranças experientes e dedicadas. Ionan Fernandes, atual diretor executivo da Softplan Indústria da Construção, assumirá a posição de CEO da operação Mercado Privado. Ele ressalta o grande potencial desta mudança para o mercado de tecnologia: "A segmentação da operação nos permitirá aprimorar ainda mais nossa capacidade de oferecer profundidade, inovação e escalabilidade aos mercados que atendemos. Estamos prontos para ampliar nosso impacto nos segmentos verticais de SaaS, unindo tecnologia de ponta e especialização com um foco estratégico voltado para resultados", explica.  Já a operação voltada ao setor público terá Márcio Santana como CEO, ele é o atual diretor executivo da Softplan Setor Público. Para ele, o novo modelo de operação permitirá um direcionamento ainda mais assertivo às necessidades desse mercado. "O setor público exige soluções que vão além da tecnologia. Envolve profundo entendimento das complexidades operacionais e das demandas de transformação. Estamos preparados para continuar entregando soluções que impactam diretamente a qualidade dos serviços públicos no Brasil."  Eduardo Smith retorna ao conselho do Grupo Softplan  Depois do período de transição, que será realizado no primeiro semestre de 2025, Eduardo Smith retornará ao conselho de administração do Grupo Softplan, cargo que ocupou entre 2017 e 2021. Ele se juntará aos sócios fundadores Moacir Marafon, Ilson Stabile e Carlos Augusto de Matos, além de Kátia Costa, presidente do Conselho, e Carolina Strobel. "Essa transição marca um novo capítulo em nossa trajetória. Estou confiante de que essa estruturação fortalecerá ainda mais o legado da Softplan, permitindo que cada operação amplie seu impacto de forma sustentável e estratégica", afirma Smith.  Este movimento tem como objetivo potencializar os resultados alcançados nos últimos anos. Desde 2020, o Grupo Softplan realizou a aquisição de 12 empresas e projeta encerrar 2024 com uma receita líquida de R$ 803 milhões, alcançando um CAGR de 27% no período entre 2020 e 2024.

Grupo Softplan adquire Runrun.it e amplia oferta da vertical de Eficiência Operacional 
Dezembro 09, 2024

Grupo Softplan adquire Runrun.it e amplia oferta da vertical de Eficiência Operacional 

Empresa catarinense realiza nova aquisição e reforça estratégia de crescimento inorgânico para ampliação do portifólio de soluções para os clientes.    Florianópolis, outubro de 2024 - O Grupo Softplan, uma das maiores empresas de SaaS e de transformação digital do Brasil, concluiu a aquisição integral da Runrun.it, plataforma brasileira de automação de processos e tarefas para equipes. O novo movimento da empresa catarinense complementa o portfólio do vertical Softplan Eficiência Operacional que atua para promover fluxos mais eficazes e automatizados para seus clientes e operações.   Com a aquisição da Runrun.it, o Grupo Softplan já soma 12 operações de M&As desde sua fundação. A estratégia de crescimento inorgânico foi intensificada a partir de 2020, período em que foram realizadas 10 dessas. Para Eduardo Smith, CEO do Grupo Softplan, o crescimento do portfólio é conduzido com base em critérios estratégicos: complementaridade de produtos, impacto nas demandas dos clientes, sinergia entre as lideranças e rapidez em desenvolvimento tecnológico. “Em nossa operação, o cliente é central em todas as decisões. Durante as negociações, avaliamos o efeito de cada aquisição no cotidiano dos usuários e como nossos softwares podem se integrar, gerando um fluxo mais eficiente. Conectar-se com empresas que compartilhem nossa cultura e visão estratégica é fundamental nesse processo”, ressalta.  O vertical de Eficiência Operacional do Grupo Softplan é liderado pela Checklist Fácil, software de auditoria e padronização de processos para diversas operações, áreas e segmentos. A aquisição da Runrun.it reforça a visão de complementariedade, fortalecendo a presença das soluções do Grupo Softplan em múltiplas etapas da rotina dos clientes. “A chegada da Runrun.it em nossa operação representa um avanço significativo em nossa estratégia de oferecer soluções que promovem a eficiência operacional. A combinação da Checklist Fácil com a Runrun.it não apenas otimiza a gestão de processos, mas também proporciona aos nossos clientes ferramentas que facilitam a automação de tarefas e a colaboração entre equipes. Essa integração é essencial para atender às crescentes demandas do mercado e garantir que nossos clientes tenham acesso a soluções que realmente agreguem valor às suas operações”, destaca Rafael Zambelli, diretor executivo do Grupo Softplan para Eficiência Operacional.  A vertical projeta uma receita líquida de R$93M para 2024, com um CAGR (Compound Annual Growth Rate, ou Taxa de Crescimento Anual Composta) superior a 35% entre 2022 e 2024. Com a aquisição da Runrun.it essa taxa de crescimento anual composta eleva-se para 45%, reforçando ainda mais nosso compromisso com resultados sólidos e crescimento acelerado.   A Runrun.it é uma operação integralmente brasileira e que foi lançada ao mercado em 2013, tendo o objetivo principal de ser um software de gestão de fluxos de trabalho para equipes de médias e grandes empresas. Atualmente possui mais de 1.200 clientes, entre eles Cacau Show, Bradesco, Porto Seguro, DHL, entre outros. Fundada por um grupo de três empreendedores que acreditavam no mercado digital desde o início dos anos 2000, a companhia enxerga essa etapa como mais um degrau em sua história.   Para Antônio Carlos Soares, CEO e fundador da Runrun.it, as tratativas com o Grupo Softplan mostram o alinhamento de visão de mercado, cultura organizacional e visão estratégica entre ambos os lados. “Desde as primeiras conversas, a conexão entre três pontos relevantes se destacou: o desejo de um impacto real na rotina dos clientes, o respeito pelas pessoas e, o que chamamos de honestidade intelectual, que reflete o compartilhamento de informações de forma empática e completa.  Esses três pilares apareceram na visão de ambos os lados, o que fortaleceu a naturalidade do movimento”, reforça.  

Capital social e a equidade de gênero no mercado de trabalho
Dezembro 09, 2024

Capital social e a equidade de gênero no mercado de trabalho

Há muito tempo, o debate sobre o capital humano tem sido relevante para organizações de alto desempenho. Mas, pouco tem se falado sobre uma perspectiva que destaca um ativo valioso e muitas vezes subestimado: o capital social. Este não se limita apenas às habilidades individuais, mas vai um pouco além, dando destaque para redes de relacionamento e colaboração que moldam as empresas. Em um contexto onde a valorização das relações interpessoais e a equidade de gênero são essenciais para o crescimento sustentável das organizações, a inclusão e a diversidade impulsionam não só a moral, mas também os resultados financeiros. É aqui que a interseção entre capital social e equidade de gênero revela um terreno fértil para a inovação, a criatividade e o sucesso empresarial. O capital humano representa o conjunto de habilidades, conhecimentos e experiências que cada colaborador traz para a organização. É a força individual que impulsiona a produtividade e o desempenho, moldando a expertise e a capacidade de resolução de problemas. Em contraste, o capital social se concentra nas redes de relacionamento que se formam dentro e fora da empresa, baseadas na confiança, cooperação e inovação. Elas facilitam o acesso à informação e ao conhecimento, criando um ambiente propício para o aprendizado mútuo e a troca de ideias. Isso quer dizer que o capital social vai além das capacidades individuais, abrangendo as interações e conexões entre os colaboradores. É como se fosse uma teia invisível que conecta as pessoas, promovendo ganhos como: Compartilhamento de conhecimentos; Colaboração em projetos;  Criação de soluções inovadoras. O termo "capital social" também é utilizado em outro contexto, relacionado ao valor que os sócios investem na empresa no momento de sua abertura. Neste caso, trata-se de um aporte de recursos tangíveis, como dinheiro, bens ou direitos, que são utilizados para financiar a compra de ativos, o pagamento de despesas e a implementação das atividades da organização. Nesse sentido, o capital social se destaca aqui como um ativo intangível de valor inestimável e transcende o foco individual do capital humano. O foco são as redes de relacionamento e colaboração dentro das organizações.  Será que as empresas precisam mesmo de superestrelas?  Com o capital social em foco, a busca por "superestrelas" individuais, ou seja, aqueles os colaboradores que mais se destacam, cede lugar à valorização da coesão social e do apoio mútuo como pilares do sucesso. No TED “Forget the pecking order at work”, Margaret Heffernan, que é empreendedora, CEO, autora e palestrante, destaca que a verdadeira eficácia de uma equipe está intrinsecamente ligada a três elementos-chave: Sensibilidade social; Distribuição igualitária de tempo e participação entre os membros; e Diversidade de perspectivas. Quando presentes, estes três elementos tendem a aumentar significativamente a produtividade e a capacidade de inovação das equipes. Ao contrário da abordagem que valoriza as superestrelas, os times mais bem-sucedidos são aqueles que demonstram uma elevada sensibilidade social entre seus membros. Este sentimento é caracterizado pela empatia e pela capacidade de compreender e responder às necessidades dos colegas. Quando os membros de uma equipe se preocupam genuinamente uns com os outros, há uma atmosfera de confiança e colaboração que impulsiona a produtividade e a criatividade. A diversidade de perspectivas dentro das equipes também é um fator determinante. A presença de uma variedade de experiências, habilidades e pontos de vista enriquecem as discussões e aumentam a capacidade da equipe de resolver problemas complexos de maneira eficaz.  Mulheres no mercado e capital social  Falando em diversidade, a presença das mulheres no mercado de trabalho e, mais especificamente, em equipes empresariais, está intrinsecamente ligada ao conceito de capital social e aos resultados positivos que ele pode gerar. Partindo desse ponto de vista, apesar das barreiras e desafios enfrentados pelas mulheres, a presença feminina não é apenas benéfica, mas também fundamental para o sucesso financeiro e a inovação das empresas. Pesquisas mostram que empresas pertencentes ou lideradas por mulheres tendem a apresentar níveis mais elevados de desempenho financeiro em comparação às empresas lideradas exclusivamente por homens. Segundo dados da Deloitte citados no relatório DIEP na Prática, há muitas vantagens na liderança feminina, como melhorar em 17% o desempenho das equipes, em 20% a qualidade das tomadas de decisão e em 29% a colaboração. Esses resultados não são meramente coincidências, mas reflexos da diversidade de perspectivas que as mulheres trazem para a liderança e para as equipes empresariais. A presença feminina aumenta a representatividade de gênero nas organizações, enriquece a base de conhecimento e estimula o pensamento original. Além disso, contribui para a criação de um ambiente de trabalho mais equitativo e inclusivo, o que por sua vez fortalece o capital social dentro da organização. Falando em base de conhecimento, entenda como a Softplan trabalha este tema internamente. Equidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro O Brasil tem testemunhado avanços em direção à equidade de gênero no mercado de trabalho nos últimos anos, como refletido no Global Gender Gap Report de 2023. O país subiu consideravelmente no ranking, alcançando a 57ª posição em paridade de gênero, em comparação com a 94ª posição no ano anterior. Esse progresso é notável, especialmente considerando o contexto global e os desafios persistentes enfrentados pelas mulheres em muitos setores da sociedade. O relatório destaca uma série de fatores que contribuíram para esse avanço, incluindo a redução das disparidades educacionais entre homens e mulheres, com 117 dos 146 países indexados eliminando pelo menos 95% dessa diferença. É crucial reconhecer que a conquista da paridade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas também um imperativo econômico. O estudo Panorama Mulheres 2023, realizado pela Talenses Group e pelo Insper, oferece insights adicionais sobre a representação feminina nas empresas brasileiras. Os dados revelam que, embora haja progresso, há desafios a serem enfrentados. As mulheres ainda representam apenas 21% dos membros dos conselhos administrativos e 17% na posição de CEO das empresas no Brasil, por exemplo.  Na tecnologia, tivemos avanços notáveis na presença feminina entre 2015 e 2020, com um aumento de 60% conforme dados do CAGED. No entanto, mulheres ainda representam apenas 20% do total de profissionais nesse setor Na Softplan, em sintonia com essa tendência de mercado e com o objetivo de criar um ambiente diverso, as mulheres compõem 34,7% do quadro geral (dados de fevereiro de 2024) e ocupam 31% das posições de liderança. Isso representa um aumento de 20% em relação a 2023 e reflete um compromisso contínuo e intencional com a promoção da equidade de oportunidades. Além disso, em 2023, 46,15% das nossas promoções para cargos de liderança foram para mulheres, sinalizando um avanço significativo na equidade de gênero não apenas para a Softplan mas também para todo o mercado de tecnologia no país, que ainda é bem desafiador para mulheres. No nosso conselho, inclusive, atualmente, temos três conselheiras, sendo duas no Conselho Executivo e uma no Comitê de Gente.  Para continuar avançando em direção à equidade de gênero, as empresas devem adotar estratégias que promovam a igualdade de oportunidades e criem ambientes de trabalho onde todas as pessoas possam prosperar e contribuir plenamente. O que, no final das contas, resulta em negócios mais prósperos e igualitários.