ESTRATéGIA EM FOCO
Foco nas pessoas: como as áreas de G&C podem virar protagonistas do negócio
Priorizar as pessoas no ambiente corporativo tornou-se uma tendência crescente, refletindo uma transformação das empresas nos dias de hoje. Em um mundo marcado pela agilidade e conexão, onde os desafios de atrair, desenvolver e reter talentos ganharam enormes complexidades, as áreas de Gente e Cultura (G&C) não podem mais ser tratadas como meras coadjuvantes dentro das organizações. Como especialista com mais de 20 anos de experiência, minha maior motivação é atuar para que o objetivo de colocar as pessoas no centro das decisões seja uma prática cada vez mais constante. Ultrapassar a barreira do discurso e fazer com que os setores de G&C ocupem um papel de verdadeiro protagonismo na construção dos negócios é um dos principais desafios nessa tarefa. Integração ao negócio No Grupo Softplan, onde lidero a área de Gente, Cultura e Branding, compreendemos que o impacto do setor vai além da implementação de políticas: é um agente transformador que conecta oportunidades e pessoas. Justamente por isso, passamos por um movimento de aproximar e integrar cada vez mais a G&C ao negócio. A lógica é a seguinte: quanto mais entendemos a realidade na qual estamos inseridos, mais conquistamos credibilidade e, consequentemente, mais somos escutados e ocupamos espaços de tomada de decisão. Como os estudos seguem sugerindo, essa é uma mudança que faz com que todos saiam ganhando. Um relatório recente divulgado pela Deloitte mostrou, por exemplo, que organizações que priorizam o engajamento dos colaboradores têm 23% mais probabilidade de sucesso financeiro. Outro levantamento, esse feito pela McKinsey & Company, revelou que a falta de alinhamento cultural e engajamento dos colaboradores foi apontada como um dos principais motivos para o fracasso de 70% das organizações que estavam buscando transformar seus negócios em alguma medida. À frente, as lideranças Em uma estratégia focada nas pessoas, vale destacar que as lideranças desempenham um papel fundamental. Mais do que gestores, líderes são exemplos da cultura organizacional e influenciam diretamente o engajamento, a retenção e o desenvolvimento das equipes. No Grupo Softplan, acreditamos que é pelo comportamento diário, pelas decisões tomadas e pela maneira como interagem com os times que os líderes reforçam os valores da organização e inspiram confiança. Ou seja, o exemplo é a palavra-chave. Outro pilar é a escuta ativa. A capacidade de ouvir de forma genuína as necessidades e os desafios dos colaboradores cria um ambiente de transparência e conexão. Além disso, práticas que estimulam um relacionamento próximo e contínuo entre líderes e equipes, como sessões de feedback frequentes e avaliações de desempenho colaborativas, são essenciais para manter o alinhamento entre os objetivos pessoais e organizacionais. Capacitar é preciso Dada a importância de sua atuação, temos investido de forma consistente no desenvolvimento das lideranças por meio de programas estruturados e ferramentas inovadoras. O Transforma Educação, nosso hub de educação lançado em 2024, oferece trilhas específicas para formar líderes preparados para os desafios de um ambiente corporativo dinâmico e complexo. Além disso, com iniciativas como avaliações 360 graus, acompanhamento próximo por Business Partners (BPs) e um rigoroso processo de avaliação de performance, garantimos que nossos líderes estejam constantemente evoluindo. Adicionalmente, alinhamos bônus e metas diretamente à qualidade do ambiente de trabalho, reforçando o compromisso de liderança com o bem-estar das equipes. Essas práticas não apenas consolidam o papel do líder como protagonista da cultura organizacional, mas também promovem um movimento cultural mais amplo, no qual liderar não é apenas gerenciar, mas inspirar, desenvolver e cuidar. No final desse movimento, o exemplo das lideranças sustenta a construção de um setor de G&C verdadeiramente respeitável e admirável. Dados para guiar decisões Como uma pessoa apaixonada por estatística, acredito que o uso de dados e análises avançadas seja também um elemento decisivo para que a área de Gente e Cultura ocupe protagonismo nas empresas. No Grupo Softplan, orientados por essa ideia, adotamos uma “mentalidade data driven” para direcionar decisões em todas as frentes de atuação. Podemos falar sobre alguns exemplos bem práticos. No recrutamento de talentos, utilizamos ferramentas analíticas que criam arquétipos de perfis ideais para determinadas funções. Esses algoritmos cruzam competências técnicas e traços comportamentais, gerando um ranking que nos ajuda a identificar candidatos mais alinhados tanto com os requisitos técnicos quanto com a cultura organizacional da empresa. Outro exemplo está no próprio desenvolvimento de lideranças. Por meio de uma solução tecnológica, medimos a evolução dos gestores ao longo dos treinamentos, comparando dados de início e fim do programa, além de cruzar informações como NPS, metas atingidas e avaliações de desempenho. Isso nos permite identificar áreas específicas de melhoria e ajustar os programas de desenvolvimento de maneira personalizada. No que diz respeito ao clima organizacional, conduzimos análises estatísticas baseadas em nossa plataforma que avalia o engajamento e satisfação dos colaboradores. Essas análises revelaram, por exemplo, que a prática de feedback constante pelos líderes tem impacto direto e positivo no clima das equipes. Também identificamos que o relacionamento entre colegas de equipe é um fator ainda mais relevante para o clima do que a relação com os gestores. Outro dado interessante é que líderes mulheres no Grupo Softplan apresentam índices de metas mais altos e uma melhor percepção de suas equipes, reforçando a importância da diversidade nas lideranças. Algoritmos para avaliar performance Como não poderia deixar de ser, a inovação na área de Gente e Cultura (G&C) também é um aspecto relevante. No Grupo Softplan, ela é, antes de tudo, uma resposta às demandas reais do negócio e das pessoas. Um exemplo interessante, de uma inovação que podemos chamar de disruptiva - pois ainda não é realizada em outros ambientes, é o processo de avaliação de performance que vamos implementar ainda em 2025. Vai funcionar da seguinte forma: no processo, vamos integrar algoritmos que sugerem redes de avaliação baseadas nas interações mais frequentes do colaborador, com o intuito de reduzir vieses típicos de avaliações feitas exclusivamente por líderes ou pares. Além disso, vamos aprimorar o processo de calibração de desempenho, tornando-o mais ágil e menos oneroso para os líderes, graças à adoção de ferramentas que vão suportar decisões mais assertivas e consistentes. Outro exemplo de inovação, essa incremental, está no fortalecimento da conexão entre colaboradores e a empresa. Criamos iniciativas como o Conecta, que oferece espaço para os colaboradores apresentarem cases de sucesso e compartilharem aprendizados. Essa prática não apenas valoriza os talentos internos, mas também reforça a cultura organizacional, criando um ambiente onde as pessoas se sentem ouvidas e reconhecidas. Novos jeitos de se conectar No Grupo Softplan, optamos conscientemente pelo modelo remote first, reconhecendo que ele proporciona mais acesso a talentos diversos e amplifica a inclusão dentro da organização. Reflexo dos novos tempos, esse modelo traz consigo inúmeros benefícios, como maior flexibilidade, inclusão e diversidade, mas também impõe desafios significativos para a área de G&C, especialmente no que diz respeito ao engajamento e ao sentimento de pertencimento dos colaboradores. No ambiente presencial, momentos informais como almoços, cafés e happy hours são facilitadores naturais para a construção de confiança e vínculos entre as pessoas. Já no trabalho remoto, a ausência dessas interações espontâneas exige a criação de estratégias deliberadas para fomentar conexões e manter a cultura organizacional viva. Assim, adotar uma abordagem ativa para criar ferramentas que promovam a interação entre equipes se mostrou indispensável. Nesse contexto, utilizamos plataformas que incentivam trocas mais dinâmicas, além de eventos virtuais criados especificamente para estimular a integração e a sensação de pertencimento. Um exemplo disso são encontros temáticos ou workshops interativos, que ajudam a fortalecer a confiança e a colaboração, mesmo a distância. Mais importante ainda, percebemos que a chave para o sucesso no remote first está em redefinir o que significa "conexão" no ambiente de trabalho. A ausência do contato físico pode ser compensada com a criação de experiências significativas, como sessões de feedback frequentes, reconhecimento público de resultados e espaços de escuta para os colaboradores. Embora o modelo remoto tenha suas limitações em relação à sinergia presencial, acreditamos que os benefícios superam os desafios, especialmente em um cenário onde o foco não está apenas em resultados de curto prazo, mas também em construir uma organização mais inclusiva, colaborativa e preparada para o futuro. Foco na transformação Os movimentos e práticas mencionados demonstram qual o nosso foco no setor de G&C do Grupo Softplan: a transformação. Uma transformação que é experimentada em diferentes dimensões, a começar pela própria ressignificação do papel da área dentro da empresa. Historicamente visto como predominantemente operacional, o G&C vem assumindo uma posição central, contribuindo ativamente para decisões estratégicas e integrando-se ao core business. Também atuamos para transformar quando falamos de processos e práticas, continuamente adaptados às demandas de um mundo em constante evolução. A incorporação de tecnologias avançadas e metodologias inovadoras que têm possibilitado o desenvolvimento de iniciativas mais ágeis, precisas e impactantes, fortalecendo a conexão entre os colaboradores e os objetivos organizacionais são exemplos disso. Por fim, essa jornada de transformação liderada pelo G&C tem como principal objetivo proporcionar às pessoas a oportunidade de transformarem suas próprias vidas. É aqui que entra, por exemplo, o projeto Transforma Softplan, ancorado nos pilares de ‘Pertencer’, ‘Evoluir’ e ‘Reconhecer’. Por meio dele, G&C comunica de forma clara e direta aos colaboradores as propostas de valor de cada área, ajudando a alinhar expectativas e papéis. Essa abordagem cria um ambiente em que todos se sentem parte ativa do processo de transformação, reforçando a ideia de que, juntos, é possível construir algo novo e inspirador. No Grupo Softplan, o setor de Gente e Cultura se posiciona como uma verdadeira liderança de mudanças, tanto para a organização quanto para cada pessoa que faz parte dela. Essa visão não apenas sustenta a evolução da empresa, mas também inspira a construção de uma comunidade interna conectada e engajada, sendo esses elementos a base para construção de um G&C cada vez mais respeitado e admirado.